segunda-feira, 1 de agosto de 2011


O movimento das idéias:O século XIX foi, para a Europa e o Brasil, um século de profundas transformações orientadas por um conjunto mais ou menos bem-definido de idéias: liberalismo, democracia e, por fim, socialismo. Para se compreender a história do Brasil no século XIX, é importante estudar com um pouco de atenção o significado dessas idéias.
Liberalismo: A luta pela independência no Brasil não foi um movimento isolado. Outros países do continente americano e também da Europa estavam sendo sacudidos, no mesmo período, por agitações políticas e sociais. No final do século XVIII, o Iluminismo difundiu-se para a América, inspirando tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração Baiana. Mas o Iluminismo permaneceu, no século XVIII, uma filosofia restrita a uma mino­ria de pessoas cultas e instruídas, da qual faziam parte até mesmo alguns nobres e reis esclarecidos. Depois da queda de Napoleão em 1815, o Congresso de Viena restaurou o absolutismo em quase toda a Europa. Contra essa volta do absolutismo, eclodiram inúmeras revoluções em 1820 e, novamente, em 1830. Foi assim que, a partir de 1815, nasceu o liberalismo propriamente dito. Embora Iluminismo e liberalismo sejam praticamente sinônimos, há uma distinção sutil e importante entre ambos. A diferença está em que o liberalismo, ao contrário do Iluminismo, ganhou as camadas populares. Em certo sentido, o liberalismo foi a popularização do Iluminismo. Uma das importantes características do liberalismo é a sua defesa do individualismo. Para os liberais, o indivíduo deve ser colocado acima do Estado e não deve se tornar apêndice de um grupo, qualquer que seja ele. Por isso, desconfiavam das associações coletivas e temiam a anulação das individualidades pelos grupos. A defesa da liberdade de pensamento e ex­pressão era outra de suas características. Para os liberais, a busca da verdade - sempre relativa - não devia se sujeitar à opinião de uma autoridade intelectual ou aos dogmas da Igreja. Por essa razão, valorizavam a tolerância e acre­ditavam no diálogo como meio de busca da verdade comum. A intransigente defesa da liberdade levou os liberais a desconfiarem profundamente do poder. Nesse ponto, como em outros, a sua referência era o Antigo Regime. Eles tinham em vis­ta aqui, particularmente, o absolutismo. A fim de prevenir a concentração do poder, os liberais propuseram e praticaram a sua limitação e fragmentação. Por exemplo, limitaram o campo de atuação do poder. Para manter a liberdade econômica e a livre iniciativa pautadas pela concorrência no mercado, os liberais colocaram-se contra a intervenção do Estado na economia. O liberalismo econômico era o oposto do mercantilismo praticado pelos Estados absolutistas. Além de limitar, os liberais eram favoráveis à fragmentação do poder, o que foi feito através de sua divisão em três esferas: Executivo, Legislativo e judiciário, aos quais atribuíram o mesmo peso, com a finalidade de obter um equilíbrio entre eles. Dotados assim de forças equivalentes, os três poderes enfim se neutralizariam em confronto uns com os outros. Reduzia-se desse modo o poder do Estado ao míni­mo, em favor das liberdades individuais. Outro instrumento liberal para diminuir o alcance do poder estatal foi a defesa da descentralização - federalismo, através da qual se transferia o poder às elites locais. Esses limites impostos ao poder e ao seu raio de ação eram, por sua vez, regulamenta­dos por leis escritas - a Constituição. O liberalismo, forjado na luta contra o Anti­go Regime, teve força revolucionária e empolgou os homens comuns oprimidos pelos nobres e pelos reis absolutistas.

Socialismo

A entrada em cena dos socialistas foi precedida por um notável impulso da industrialização na Europa. Com ela, os camponeses migraram para as cidades, aumentando de modo acelerado a sua população, fazendo com isso crescer o índice de proletarização dos trabalhadores.
Vendendo a sua força de trabalho aos industriais em troca de salário, o operariado foi sub­metido pelos seus empregadores a um regime duríssimo de trabalho. Tendo que permanecer até dezesseis horas por dia na indústria, em péssimas condições de trabalho e recebendo baixos salários, os operários reagiram e, aos poucos, formaram a base para a elaboração do pensamento socialista.
Diferentemente do liberalismo e da democracia, os socialistas colocaram em questão o próprio capitalismo, propondo em seu lugar uma sociedade essencialmente igualitária - o socialismo. Surgia assim uma alternativa radical e revolucionária de transformação da sociedade capitalista que iria preparar a Revolução Russa de 1917.  Um video sobre o tema: http://www.youtube.com/watch?v=z3htdhY0sZc

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