segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Capitalismo, imperialismo e a Primeira Guerra Mundial


A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: A partir do final do século XX, os ganhos de escala se potencializam devido ao crescimento da disponibilidade de aço, uma das marcas da segunda revolução industrial. No atual contexto, qualquer oscilação de demanda ou fluxo de matéria prima, que antes poderiam ser enfrentadas com modificações na mão-de-obra, transformam-se em graves entraves devido à mecanização intensiva.A alternativa para uma nova dinâmica de crescimento foi a integração vertical, através de processos de fusões e incorporações, que modificam profundamente a estrutura empresarial. Em todos os setores em que havia a possibilidade técnica de exploração de ganhos de escala, surgiram grandes empresas, verticalmente integradas em suas cadeias produtivas e operando nos grandes mercados nacionais.Para que o processo seja eficiente é preciso uma profissionalização na gestão empresarial pois é preciso assegurar além de um sistema de produção eficiente, também é preciso maximizar os resultados em termos de compras, distribuição e marketing, que extrapola em muito a capacidade gerencial e financeira do empresário. Logo, a verticalização exige uma complexa estrutura administrativa que marcará a segunda revolução industrial através da empresa de sociedade anônima, gerenciada por uma estrutura hierárquica de administradores profissionais assalariados.A estrutura administrativa passa a representar um elevado custo fixo e devido a atividades não mecanizáveis, essa estrutura se caracteriza pela baixa produtividade. Dessa forma, além de aumentar sua participação em termos de número de funcionários, a estrutura reduz os ganhos de produtividade de áreas operacionais.A maximização do lucro no curto prazo perde espaço para a maximização de lucros de longo prazo, através de uma expressiva reinversão de lucros de forma a garantir a ampliação da própria estrutura administrativa. Serão desenvolvidas novas oportunidades de investimento, criando novas demandas através de um marketing agressivo, bem como interiorizando a própria dinâmica de inovação através de laboratórios internos de P&D: cria-se uma organizada insatisfação em termos de se delinear um desejo para ser satisfeito.Alimenta-se na indústria a mística de lucratividade da ciência - onde empresas começam a financiar tanto a pesquisa básica como a aplicada. Ao contrário do empirismo tecnológico, totalmente dissociado da ciência, que caracteriza a primeira revolução industrial, a dinâmica tecnológica comandada pela grande empresa se associa com a ciência acarretando uma aceleração do processo de desenvolvimento científico e tecnológico.A nova hegemonia ficará a cargo dos EUA que, às vésperas da Primeira Grande Guerra detém 40% do PIB dos países desenvolvidos e passa a 50% ao final da Segunda Guerra. O sucesso foi atribuído a três fatores. O primeiro foi em função de uma estrutura maior de capital aberto de suas empresas, devido a serem retardatários na primeira revolução industrial. O segundo fator foi a aceleração do processo de verticalização devido à forte preocupação americana com o livre mercado e sua oposição a cartéis. O mais importante fator foi a grande adequação e aceitação da sociedade americana ao produto padronizado.Conforme caracterizado por Rosenberg: "...por todo um completo leque de produtos tem-se a evidência de que os consumidores britânicos impuseram seus gostos sobre os produtores, constrangendo-os seriamente com relação à exploração da tecnologia das máquinas. Observadores ingleses frequentemente notavam, com grande espanto, que os produtos americanos eram projetados para se adaptar, não ao consumidor, mas sim à máquina...". A Eletrificação da SociedadeA energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna.O desenvolvimento da indústria de utilidades domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento da mão-de-obra de serviços domésticos. Ou seja, a mão-de-obra de baixa qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a acompanhar os salários industriais. Com o crescimento do movimento feminista, vincula-se a ideia que as "donas de casa devem se libertar da escravidão do trabalho doméstico", o que intensifica a demanda por utilidades domésticas devido ao aumento da renda familiar.No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor, que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam- se em executores de tarefas pré-definidas. Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo, acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.Com a introdução de linhas de montagem, eleva-se a produtividade ao minimizar o tempo de deslocamento e redução nos estoques. Muito mais importante ainda, são os ganhos dinâmicos de longo prazo, uma vez que se pode avançar com a taylorização, onde a própria linha de montagem se transforma no controlador do ritmo de trabalho. Esse cenário leva à substituição de empregados por máquinas de forma a maximizar a produtividade.Por fim, com a expansão das escalas e dos ritmos de produção, o avanço da mecanização em sistemas dedicados se intensificará também nas unidades fornecedoras de peças, assim como nos fabricantes de matérias-primas e insumos.
A PARTILHA AFRO-ASIATICA: A ebulição política e social após a Segunda Guerra Mundial se estabeleceu também nas regiões em processo de descolonização, pois o fim da guerra fria demarcava, na pratica, ó fim dos impérios coloniais. A partir de 1945, o ideal de independência dos povos colonizados transformou-se num fenômeno de massas, com o surgimento de vários países politicamente livres, que, no entanto mergulharam na dependência econômica, determinando o subdesenvolvimento, o terceiro-mundismo.

Entre 1950 e 196, mais de quarenta países afro-asiáticos conseguiram sua independência, impulsionados pelo nacionalismo, pelo declínio do poderio europeu após a guerra e pelo apoio da Organização das Nações Unidas, que reconhecia seus direitos. Além disso, havia a posição favorável dos Estados Unidos e da União Soviética, que viam em tal processo um forma de ampliar suas áreas de influência.

No processo de descolonização firmaram-se duas opções: a libertação por meio da guerra, em geral, com a adoção do socialismo, ou independência gradual concebida pela metrópole, que passaria o poder político à elite local; esta articulada com o mundo capitalista, manteria a dependência econômica num regime neocolonialista.

Em 1955, a Conferência de Bandung, na Indonésia, debateu os problemas do Terceiro Mundo e a questão do não-alinhamento, reunindo vinte e nove nações afro-asiáticas, que declararam apoiar o anticolonialismo e combater o racismo e o imperialismo.

Bandung substituiu o conflito leste-oesteqntre capitalismo e socialismo pelo norte-sul entre os países industrializados ricos e os países pobre e exportadores de produtos primários. As nações reunidas definiram publicamente quatro objetivos básicos:

• ativar a cooperação e a boa vontade entre as nações afro-asiáticas e promover seus mútuos interesses;

• estudar os problemas econômicos, sociais e culturais dos países participantes;

• discutir a política de discriminação racial, o colonialismo e outros problemas que ameaçassem a soberania nacional;

• definir a contribuição dos países afro-asiáticos na promoção da paz mundial e na cooperação internacional.
No fundo, a Conferência de Bandung firmava a existência de um bloco multinacional, não alinhado, o denominado Terceiro Mundo, sem definir uma política concreta para a superação do subdesenvolvimento e das heranças coloniais.

Esse video conta como foi a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) : http://www.youtube.com/watch?v=Kd13pZvSDXM&feature=related

O nacionalismo e as novas potências industriais


O NACIONALISMO: Um dos conceitos mais danosos que estigmatiza a Ummah do Profeta é o nacionalismo. Trata-se de um conceito perigoso que transformou a base emocional da Ummah e que visivelmente fortalece a divisão entre aqueles que dizem acreditar na mesma ideologia. Além do mais, os muçulmanos se identificam com os turcos, árabes, africanos e paquistaneses. Como se não bastasse, os muçulmanos também se subdividem dentro de cada país ou continente. Por exemplo, no Paquistão, as pessoas são classificafas como punjabs, sindis, balauchis e pathans. Esta fragmentação continua a ganhar importância entre os muçulmanos.
No passado, durante o domínio islâmico, a ummah muçulmana nunca se defrontou com este dilema. Jamais sofreu de desunião, de tão grande opressão, estagnação na ciência e tecnologia e, certamente, nunca nos defrontamos com conflitos internos como os que testemunhamos neste século, como, por exemplo, a guerra Irã-Iraque. Então, o que está errado com os muçulmanos deste século? Por que há tantas disputas   entre eles e por que estão sempre lutando uns contra os outros? O que causou esta debilidade e o que fazer para sair da presente estagnação?
São muitos os fatores que contribuíram para o presente estado de coisas, mas alguns dos principais são o descaso com o idioma árabe como a língua de compreensão correta do Islam, e a prática da Ijtihad, a absorção de culturas estrangeiras e o consequente abandono das crenças islâmicas, a perda gradual da autoridade central sobre algumas das províncias e a ascensão do Nacionalismo, a partir do século XIX.
O Nacionalismo não surgiu no mundo muçulmano naturalmente e nem veio como resposta ao  sofrimento vivido pelas pessoas, e nem devido à frustração que sentiram quando a Europa começou a dominar o mundo após a Revolução Industrial. Ao contrário, o nacionalismo foi implantado na mente dos muçulmanos através de um esquema bem montado pelos poderes europeus, após não conseguirem destruir o Estado Islâmico pela força.

A GUERRA CIVIL: Uma guerra civil é uma disputa hostil e armada entre pessoas de um mesmo país. Entretanto esta definição, embora também correta pode abranger também, outros conflitos entre os habitantes de um mesmo Estado que nem sempre são caracterizados como “guerra” devido à sua dimensão ou motivos. Por isso, costuma-se observar três características principais para caracterizar um conflito nacional de “guerra civil”: primeiro e bastante óbvio, a guerra civil deve ser uma “guerra”, ou seja, é necessário que haja luta armada; em segundo lugar o conflito deve ser de caráter “civil”, o que não significa que as forças armadas do país em guerra não estejam envolvidas, mas que o conflito tem forte participação popular, ocorre dentro das fronteiras de um país e grande parcela de seus habitantes está diretamente envolvida na luta armada; e em terceiro lugar, o conflito tem sempre como objetivo a aquisição, manutenção ou exercício da autoridade nacional.Segundo alguns autores as guerras civis ocorrem predominantemente em países que têm sua economia baseada na agricultura com exportação de cerca de 1/3 de seus recursos naturais. Outro fator que contribuiu (e, em alguns lugares, contribui) para a ocorrência de guerras civis é a forma como ocorreu a colonização e independência de alguns países, onde o que restou após a independência foi a instabilidade política de diversas parcelas da população, seja separadas em tribos, religiões ou etnias diferentes, disputando o poder.De fato a instabilidade política é determinante para a maior ou menor probabilidade de ocorrência de guerras civis. Países com governos autoritários, ou com oscilações constantes e/ou profundas do quadro político (golpes, insurgências, etc.) são, historicamente, locais de conflitos civis.

A origem do trabalhador moderno


OS CERCAMENTOS: Cercamentos são o processo de exclusão dos trabalhadores de seu meio de sustento, as terras produtivas, na transição do feudalismo para o capitalismo, mediante sua transformação em propriedade.
   Propriedade é precisamente a instituição fundamental do capitalismo, que permite vedar ao trabalhador o acesso aos meios (terra, recursos naturais) e dos instrumentos (maquinário) de produção, obrigando-o a vender o que lhe resta, a força de trabalho --por um salário. Assim a propriedade é uma condição sinequa non do assalariamento, a relação de produção predominante do capitalismo.
  Històricamente, a propriedade foi introduzida na transição do feudalismo para o capitalismo para controlar o acesso às terras produtivas, que de feudo ou terra comunal passaram a constituir propriedade. A transformação do feudo em propriedade transformou os senhores feudais em capitalistas. A transformação das terras comunais em propriedade –através do processo  de cercamentos (enclosures) na Inglaterra que durou do século XVI ao século XVIII*-- privou os trabalhadores da possibilidade de produzirem seus meios de subsistência obrigando-os a vender sua força de trabalho e assim transformou os servos e pequenos produtores independentes em assalariados, a relação de produção predominante no capitalismo.
Acesso à terra urbana
A ‘função social da propriedade’ –inscrita na Constituição brasileira de 1988 e posteriormente consolidada no Estatuto da Cidade de 2002—é uma construção ideológica sugerindo (a intenção de) equidade e justiça no acesso à terra nas aglomerações urbanas onde vive hoje (2004) mais de 80% da população.
É no entanto um pseudo-conceito. 
Por um lado, a ‘função social’ da terra ‘em geral’ –terra produtiva-- é justamente de prevenir o acesso do trabalhador a ela, é é por isso que a propriedade constitui a base sacrossanta, por ser indispensável, do capitalismo e da sociedade burguesa.
Já o caso da terra urbana é diferente. Na aglomeração urbana (na ‘cidade’) a terra não permite produção para subsistência e assim, estritamente falando, a terra urbana não tem função social.
Em verdade, a terra urbana não é mais que suporte de uma localização, a saber, no espaço urbano, sendo que a forma de pagamento por ela: preço para adquirir a localização (em regime de propriedade) ou aluguel (a famigerada “renda”) para usufruir dela por determinado período é secundária

O nascimento da primeira sociedade industrial


A Revolução industrial: A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era da agricultura foi superada, a máquina foi superando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquino fatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica européia; e 3) o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-obra.